segunda-feira, 31 de janeiro de 2011

NIETZSCHE...

        Friedrich Wilhelm Nietzsche nasceu em 15 de outubro de 1844 em Röcken, próximo a Leipzig. Em 1849, se mudou com sua mãe para Naumburg. Em 1858, obteve uma bolsa de estudos na famosa escola de Pforta, saindo dos estudos foi para Bonn, onde se dedicou aos estudos teológicos e filosóficos,mas por influência de seu professor Ritschl, desistiu desses estudos e passou a residir em Leipzig, dedicando-se a filologia. Em 1867, foi chamado para prestar o serviço militar, mas um acidente o afastou do exército,voltou então aos estudos em Leipzig.
        Em 1870, a Alemanha entrou em guerra com a França, então Nietzsche serviu o exército como enfermeiro , adoeceu, contraindo difteria e desinteria, então voltou a Basiléia,para prosseguir seus cursos.
       Em 1871,publicou O Nascimento da Tragédia. Seu livro foi mal acolhido pela crítica, ele também estava doente e interrompeu sua carreira universitária por um ano, estava com muitas dores de cabeça, perturbações oculares e problemas na fala. Quando voltou da licença, a voz de Nietzsche era imperceptível e os alunos deixaram de freqüentar suas aulas. Em 1879 pediu demissão do cargo. Nessa ocasião iniciou sua crítica dos valores, escrevendo Humano, Demasiado Humano.
        Em 1880, Nietzsche publicou O Andarilho e sua Sombra, um ano depois apareceu Aurora. Em 1882, surgiu A Gaia Ciência, depois Assim falou Zaratustra(1884), Para Além de Bem e Mal(1886), O Caso Wagner, Crepúsculo dos Ídolos, Nietzsche contra Wagner(1888), Ditirambos Dionisiacos, O Anticristo e Vontade de Potência  só apareceram depois de sua morte. 
       Durante o verão de 1881, Nietzsche residiu em Haute-Engandine, na aldeia de Silvaplana, nesse tempo surgiu O Eterno Retorno. No outono de 1881, ele foi para Gênova, depois para Roma. Em 1882 pediu a finlandesa Lou Andreas Salomé em casamento, mas teve seu pedido recusado. Se encontraram apenas mais uma vez na Alemanha, depois nunca mais se viram.
        Retornou a Itália, passando o inverno de 1882-1883 na Baía de Rapallo, foi aí que surgiu o nome Zaratustra. No outono de 1883, voltou para Alemanha e foi para Suíça. Em 1885, publicou a Quarta parte de Assim falou Zaratustra.
        Depois de 1888, Nietzsche passou a escrever cartas estranhas e acabou sendo internado na Basiléia, onde foi diagnosticada uma "paralisia progressiva". Provavelmente de origem sifilítica.Nietzsche faleceu em 25 de agosto de 1900.
     
Adiante algumas frases do importante filósofo:

"O que nós fazemos nunca é compreendido, apenas louvado ou condenado."


"Quem possui até o presente a eloquência mais convincente?
O rufar do tambor, enquanto os reis o tiverem sob o poder serão os melhores agitadores populares."



"Somos muito injustos com Deus. Não Lhe permitimos nem pecar."


"Em geral, as mães, mais que amar os filhos, amam-se nos filhos."


"A vantagem de ter péssima memória é divertir-se muitas vezes com as mesmas coisas boas como se fosse a primeira vez."

quarta-feira, 26 de janeiro de 2011

Em busca de animais desconhecidos...

        O sonho de muitos biólogos é descobrir espécies marítimas ou terrestres até agora desconhecidos ou redescobrir espécies consideradas extintas há milênios. Descobertas feitas nesse século encorajam aqueles que se dedicam ao campo da criptozoologia, a ciência dos animais ocultos.
        Tamanho e habitat muitas vezes são responsáveis por não se descobrir uma espécie. Como foi o caso do morcego do tamanho de uma abelha, que habita cavernas da Tailândia , que foi descoberto somente no ano de 1973.
Mini morcego da Tailândia

        Animais bem maiores em lugares mais remotos, também permanecem ocultos. Só em 1975, foram descobertas no Paraguai, manadas de uma espécie de queixada que se supunha extinta desde a era glacial.
        Algumas vezes a população do local fornece pistas para os cientistas, como foi o caso do pavão africano usado como enfeite em uma casa em 1936. O Dragão de Komodo foi descoberto em 1912, com aproximadamente 140 quilos e 100 milhões de anos de história.

Dragão de Komodo

Descoberto no litoral havaiano em 1976, este tubarão foi batizado de Mega-Boca; houve outro apanhado na Califórnia em 1984.

  Protegido pelas florestas equatoriais longínquas na África Equatorial, o gorila de pêlo longo foi descoberto em 1901. 

Perto da Ilhas Comores, ao largo de Moçambique, um celacanto de quase 2 metros desliza do fundo do oceano, 170 metros abaixo do nível do mar. Supunha-se que esse antigo peixe estava extinto havia 70 milhões de anos até 1938, quando foi capturado um exemplar.
O ocapi pertence a família das girafas e habita as florestas tropicais do Congo, mas a ciência só tomou conhecimento dele por volta de 1900.
As vezes penso, será mesmo que deveriam procurar tanto estas espécies?!
Sim, é claro que há muitos humanos que tem a consciência de preservar e além de tudo respeitar as outras espécies. Mas ainda há aqueles que buscam alvo em suas caçadas e suas busca desesperadas a favor de testes que envolvem estes animais, muitos sofrem, muitos acabam morrendo,. Infelizmente, é claro.




terça-feira, 25 de janeiro de 2011

O Jardim de uma Bruxa...

        As plantas sempre foram alvo de estudos, pois na natureza cada uma tem sua função, elas podem curar, acalmar, e até matar. Diz-se que foram as bruxas que sempre dominaram o uso de ervas.
        Acreditava-se que por uma mistura de ervas, as bruxas conseguiam voar, derrotar um inimigo, arruinar colheitas, criações, e até conquistar um coração cobiçado.
       A magia das ervas funcionaria de diversas maneiras. Algumas agiam por meio do vapor. As poções do amor deveriam ser ingeridas, e os "ungüentos do vôo", cujas ervas, conforme descobriram cientistas modernos, produziam a sensação alucinatória de voar, costumavam ser aplicadas à pele.


Ervas utilizadas a fim de propósitos mágicos, estarão a baixo com suas devidas explicações:


As Flores do Vôo


Os espinhos do estramônio afastavam a todos de seus bagos venenosos, com exceção das feiticeiras. Poucas gotas da toxina alucinógena dessa fruta, misturadas em um ungüento para voar, provocariam visões durante horas.













As adoráveis flores do acônito, em forma de capuz, escondem sua alta toxidade. Erva sagrada de Hecate, padroeira das bruxas e rainha do baixo mundo da mitologia grega, o acônito altera os batimentos cardíacos e produz sensaçãpo de queda ou de vôo.

 O nunúfar branco também era utilizado para o preparo do ungüento de vôo.















Plantas para encantamentos

A pervinca ou violeta das feiticeiras, servida com carne despertaria a centelha do amor.








Conta-se que as varas de Hamamélis, um arbusto norte-americano, ajudavam a encontrar tesouros ocultos. O nome em inglês "witch hazel", alude a esse suposto uso.





Dizia-se que o meimendro negro, primo da letal maria-preta, era o fabuloso "toque de maldade" usado por Circe para transformar os homens de Ulisses em porcos. Também se acreditava que a planta intensificasse a clarividência e o poder de invocar os espíritos. 







Ervas da Cura

As feiticeiras descobriram que a dedaleira, letal quando ingerida em grandes doses, podia ajudar a controlar doenças cardíacas.Hoje esse conhecimento é utilizado na medicina.









A verbena conhecida como analgésico, tinha valor especial para as feiticeiras: acreditava-se que ela podia aumentar a resistência do corpo para as agonias da tortura e do fogo.




 Do esporão, um fungo que cresce no centeio, os herboristas preparavam uma droga destinada a ajudar as mulheres a suportarem as dores do parto; essa droga, a ergotina, ainda hoje é utilizada em partos.




Plantas para Proteção


O talo florido do verbasco, mergulhado em sebo servia para preparar um círio de bruxa destinado a repelir feiticeiras.







As delicadas folhas da betônica eram consideradas eficazes contra feitiços.










Uma dose de flor de hibisco às vezes emriquecia a receita do médico da aldeia, como antídoto para muito dos males provocados por bruxarias.








Todas estas plantas encontrei em um livro, assim como suas explicações, estudarei mais sobre o assunto para analisar a explicação que seja mais plausível.

Ah! E esqueça dessa história de olho de sapo, perna de perereca e pelo de não sei mais quem, isso não existe, as bruxas utilizavam estes nomes apenas para não revelar o nome das plantas que utilizavam em suas poções. Fantástico isso não?!

Bem, esse mundo mágico me fascina então muitos posts sobre o assunto ainda virão...









segunda-feira, 24 de janeiro de 2011

Alquimia...

        A Alquimia visa transformar um material em outro. O objetivo mais comum de um alquimista era transformar um metal simples em ouro. Resumidamente a Alquimia pode ser interpretada como o conjunto das práticas, técnicas e conhecimentos químicos estudados por aqueles que buscavam a descoberta da pedra filosofal e da panacéia, ou remédio universal.


        Muitos magos acreditam que a pedra filosofal é cúbica e pontuda. A pirâmide da parte de cima do cubo representa o princípio espiritual, estabelecido sobre a base do sal e do solo. Ela é basicamente uma pedra sobre outra pedra, tendo um princípio construtivo. Muitos acreditam que a pedra filosofal é tão poderosa que pode regenerar e dar a vida eterna, mas há também os que acreditam que ela é apenas simbólica e que busca a regeneração e a juventude eterna da alma.

        Apesar de praticarem uma arte secreta, os alquimistas sempre estiveram dispostos a expor seus métodos em papel. Mas não é simples entender suas valiosas escritas, pois baseiam-se em metáforas, símbolos e alusões, destinados a reservar seus conhecimentos. Um exemplo é o livro "Mutus Liber" (O Livro sem Palavras), que se baseia em uma receita para obter a pedra filosofal, imagens substituíram quase por inteiro as palavras, esse livro foi impresso pela primeira vez em 1667, na França. Durante três séculos estudiosos estudaram ponto por ponto desse livro para obter uma tradução mais ou menos plausível. 

A seguir algumas páginas desta maravilhosa arte Alquimista:







quinta-feira, 20 de janeiro de 2011

Relatos da Segunda guerra Mundial

A seguir estarei anotando partes do livro: "Anotações do "Front" Italiano".
Um livro que relata a Segunda Guerra Mundial, pelo menos por parte dos pracinhas brasileiros que estavam na batalha. O livro foi escrito por Ferdinando Piske, natural de Timbó em Santa Catarina, ingressou no Exército em fevereiro de 1942, foram 25 anos de serviços prestados. Inclusive 1 ano nos campos de batalha na Itália, como integrante da Força Expedicionária Brasileira (FEB).


Quando li o livro me imaginei assistindo todos os fatos de perto, você realmente se imagina num campo de batalha, nas brincadeiras entre amigos, vendo a roupa suja, e o desespero de ajudar um companheiro ferido, você sente a alegria quando tudo acaba.


Trechos do livro:


        "De fato para nós não tinha a menor importância de saber o dia. Nem da semana. Nem do mês. Ali não existia isso de expediente e dia de folga. a gente tinha de caminhar atrás do inimigo, sofrer, cansar-se e, eventualmente, morrer. Que coisa mais estúpida, a guerra!
          Enquanto a turma lá no Rio se esbaldava no carnaval, embora  a época já tivesse passado, nosso carnaval consistia em caçar e matar gente. Ao invés de carros alegóricos, tanques e canhões. ao invés das baterias das escolas de samba, os paus de fogo. Ao invés do cansaço de três dias de farra contínua, o cansaço das caminhadas e das tensões extremas. Ao invés da alegria, o quase desespero..."


Força Expedicionária Brasileira na Itália

        ..."Mas ao invés de mais perto, eu, na minha angústia, vi as casas cada vez mais longe de nós. Eu arquejava desesperadamente, buscando um pouco de ar para respirar. O corpo estava completamente entorpecido por esse esforço sobre-humano. A gente corre, melhor dizendo anda para frente apenas pelo supremo anseio da alma de permanecer vivo! De fugir daquela desesperada situação."

        "Quando ocorrem os combates, o espetáculo é dantesco, na acepção do termo. Aos raios e relâmpagos, somam-se os Very- Lights e as balas traçantes das armas automáticas. Ao troar dos trovões, os disparos das armas e dos morteiros. O cenário é uma coisa louca, indescritível!"

        "Isso parecerá asqueroso, medonho, inconcebível! E concordo plenamente com tal juízo. Porque sóquem esteve lá, quem sofreu as medonhas agruras e sacrifícios dessa guerra, pode compreender até que ponto a gente se animaliza! Matar era coisa corriqueira, perfeitamente normal para qualquer combatente. Eram "eles" ou "nós"... 

Força Expedicionária Brasileira em Combate

        "Ninguém os molestou. Ali perto vi soldados brasileiros ajudando a colocar mortos e feridos alemães nas padiolas. Os alemães agradeciam, comovidos, com tapinhas nas costas, e desciam o morro com sua triste carga."

Soldados alemães presos pela FEB

terça-feira, 18 de janeiro de 2011

Lendas Medievais

O sobrenatural é um dos componentes mais interessantes do imaginário medieval. Inspira-se tanto nas referências pagãs da antiguidade, mitologia celta e na bíblia como nas citações de Plínio e nos relatos de viagens exóticas, como as de Marco Pólo.
Presente em grande parte das antigas narrativas, cria uma introdução muito atraente para os aspectos míticos e irreais das histórias de amor e enquadra-se perfeitamente na mentalidade do homem medieval, onde tudo é simbólico.
O imaginário medieval herdou do greco-romano todo o tipo de monstros híbridos, meio homem e meio animal, como os centauros, sereias ou esfinges; ainda grifos, dragões e unicórnios. A partir do século XI estes seres tornaram-se meros elementos decorativos. Após este período são encontradas citações de gigantes em romances arturianos e, em seguida, sobrevivendo apenas na crença de uma existência longínqua e fantasiosa.
Um aspecto interessante é a forma que o pensamento cristão medieval se adaptava à suposta existência de seres ambíguos: se estes seres possuíam alma como os humanos e se seria possível sua salvação no reino divino.


A Rainha dos Mares

Na história antiga, especificamente na obra A Odisséia, de Homero, a sereia é uma mulher da cabeça aos pés. Apenas no período medieval, provavelmente sob influência do folclore celta, que a sereia ganha o status de ser híbrido: meio peixe e meio humano.
Em uma das lendas, vivia, por volta do ano 90 d.C, na Irlanda, uma jovem de nome Liban. Um dia, ao banhar-se no Lago Neagh, descuidou-se e, por pouco, escapou da morte por afogamento. Assim, após esta experiência, a jovem pediu a Deus que transformasse suas pernas em cauda de salmão. Seu cão também foi transformado em lontra pra fazer-lhe companhia. E assim manteve-se por trezentos anos.
Um dia, porém, a jovem decidiu voltar a ser humana e pediu a um mensageiro que levasse seu pedido a Deus. Seu desejo foi ouvido e Liban voltou a ser mulher. Porém, as "portas do paraíso foram abertas" (com uma possível interpretação da morte de Liban) e a jovem passou a ser venerada como Murgelt: A Sereia dos Mares.
Uma outra versão, um pouco mais complexa, aborda a mesma lenda e seus paradoxos sob a perspectiva cristã. Originada no século VI e registrada por escrito apenas no século XVII, a lenda conta que a jovem, também de nome Liban, era uma princesa sobrevivente de uma enchente ocorrida quando um poço sagrado transbordou. Liban, juntamente com seu cão companheiro, refugiou-se em uma gruta, e pediu à Deusa Dana que a transforma-se em um salmão, para que pudesse ser livre como os peixes.
O pedido da princesa foi parcialmente atendido, pois sua transfiguração não foi completa: permaneceu humana da cintura pra cima e suas pernas foram substituídas por uma cauda de peixe. Enquanto seu cão foi transformado em um leão marinho.
Assim Liban viveu por trezentos anos até que foi encontrada por um padre que navegava em direção à Roma. O clérigo convenceu a princesa a segui-lo até terra firme e lá Liban foi convertida ao cristianismo. Assim viveu por mais trezentos anos. Após sua morte passou a ser reverenciada como santa sob o nome de Murgelt (ou Murgen). Por ter nascido humana, sua alma foi para o Paraíso.


São Jorge, Preste João e os Dragões

O dragão, o corpo da serpente, com uma longa cauda enrolada sobre si mesma e, mais freqüentemente, asas, é o símbolo da luta entre as forças do bem e do mal narrado na Bíblia. Situações como essa são muito comuns nas narrativas de mártires como São Jorge que derrota o dragão e salva a filha do Rei da Fenícia. Assim como São Miguel e São Germain que perseguem serpentes aladas.
Mas onde vivem os dragões? Onde se encontram essas criaturas míticas que são tão repugnantes e ao mesmo tempo fascinantes?
O lendário rei cristão Preste João (Padre João) teria afirmado, através de cartas de autoria duvidosa, que dragões, grifos, unicórnios e centauros; além da Árvore da Vida, o Elixir da Juventude e outras fantasias habitavam seu reino. Mas o próprio Preste João parece não ter sido mais do que uma lenda: o arquétipo do generoso rei que governava um país repleto de mistérios e maravilhas.
A origem da existência fabulosa de Preste João pode ter nascido da imagem do líder nestoriano Johannes Presbyter, que no século XII construiu um poderoso reino na Tartária, região atual da Ásia Central. No entanto, já no século XV, D. João II, rei de Portugal, munido de informações que indicavam que o reino de Preste João situava-se ao noroeste da África, precisamente na Etiópia, enviou os exploradores Afonso de Paiva e Pero de Covilhã ao local. Afonso faleceu durante a expedição, mas Pero chegou ao destino.
A Etiópia não era o reino fantástico de Preste João. Não era habitado por seres míticos nem encontrava-se poções de vida eterna e riqueza abundante. Mas Pero de Covilhã, atendendo ao convite do príncipe Naod, que assumiu o reino após a morte de Alexandre, decidiu permanecer por lá.
Uma nova expedição lusitana foi enviada à Etiópia vinte anos mais tarde com o objetivo de repatriar os portugueses que se estabeleceram na África. Pero de Covilhã recusou-se retornar à Portugal e passou o resto de seus dias na Etiópia. O clérigo Francisco Álvares, integrante desta segunda expedição, escreveu a obra intitulada Verdadeira informação das terras do Preste João nas Índias e associou os reis etíopes à imagem fantástica de Preste João e seu reino à Etiópia. Foi assim que a lenda de Preste João foi anexada à biografia de um governante real.


A lenda do Judeu Errante

Provavelmente trazida do Oriente após as Cruzadas, a lenda do Judeu Errante tem seus primeiros registros históricos em 1228 e perdura-se como uma narrativa medieval que se estende até os dias de hoje como uma parábola cristã.
A lenda conta, em uma de suas versões, que Cristo, enquanto caminhava levando a cruz em seu martírio, teria feito uma breve pausa para repouso e pediu a um sapateiro de nome Ahsverus que lhe desse um pouco de água. O sapateiro recusou-se e zombou de Cristo dizendo: "Se és filho de Deus, faça brotar água do chão". Cristo, por sua vez, disse-lhe: "Eu caminho pelo meu martírio. Mas tu caminharás até que eu volte". Assim, Ahsverus envelheceu mas nunca morreu e passou a peregrinar pelo mundo esperando a volta de Cristo e o Juízo Final para que enfim possa descansar.
Em outras versões, Cristo exaurido teria caído em frente à porta do sapateiro (que recebe outros nomes além de Ahsverus) e o artesão espicaçou-o com os pés zombando de seu sofrimento. Em seguida, Cristo lançou-lhe praga semelhante à versão anterior. Porém, desta vez, além de peregrinar pela Terra desde então, o sapateiro também leva em sua testa uma chaga em forma de cruz que sangra constantemente e uma faixa vermelha amarrada a cabeça para proteger-lhe o ferimento.


O Purgatório de São Patrício

Nascido no século IV na Grã-Bretanha, São Patrício é padroeiro da Irlanda e personagem de um dos contos mais populares na Europa Medieval.
Narra a lenda que, orientado por Cristo, São Patrício encontrou um "buraco" (que pode ser interpretado como uma gruta ou um poço) que dava acesso direto ao purgatório. Como agradecimento, erigiu ali uma igreja e um mosteiro.
Assim, todos aqueles que desejassem, poderiam adentrar a gruta (ou poço) e, se conseguir retornar, teriam todos os seus pecados perdoados. Muitos ousavam penetrar a gruta mas não retornavam. Até que um cavaleiro inglês de nome Owen, que trazia muitos pecados em sua alma, entrou na gruta e algum tempo depois retornou. Sir Owen disse que vários demônios tentaram afligi-lo mas sempre invocou o nome de Cristo e os demônios se afastavam. Owen viu o paraíso e as almas torturadas dos pecadores; viu demônios e outras criaturas bestiais, mas retornou vitorioso.


A Fada Melusina

A fada Melusina é uma referência freqüente no repertório das lendas medievais. Assim, também recebe várias interpretações de acordo com a lenda em que surge, região e período. De uma forma mais ampla, Merlusina é uma fada que tem cauda de peixe (semelhante às sereias) e asas de morcego expelindo fumaça pela boca.
As versões mais significativas de suas lendas datam do século XIV. Tudo tem início quando o Rei Elynas, durante uma caçada, encontra na floresta uma bela dama de nome Presina. Elynas apaixona-se por ela e ambos se casam. Porém, Presina impõe a condição de que, quando tivessem filhos, Elynas não podia acompanhar o nascimento nem a visse banhando seus filhos. Presina deu a luz a trigêmeas.
Certa vez, Elynas, movido pela curiosidade, observou Presina banhando as crianças. O trato foi quebrado e a dama fugiu com suas filhas para a terra encantada de Avalon.
Muitos anos depois, Melusina, a mais velha das trigêmeas questionou sua mãe o fato de terem se refugiado em Avalon e nunca mais terem visto o próprio pai. Presina contou-lhe sobre o trato que fora desfeito. Melusina e suas irmãs foram de encontro a Elynas com o objetivo de vingar-se. Elynas foi capturado e trancafiado em uma torre junto de suas riquezas. Enraivecida pelo desrespeito ao próprio pai, Presina lança um feitiço sobre as próprias filhas e condena Melusina a transformar-se em serpente da cintura pra baixo todos os sábados.
Assim, finalmente, Melusina conhece Raymond de Poytou numa floresta da França. Ambos casam-se sob a condição de que Raymond nunca poderia observar Melusina banhando-se aos sábados. Raymond também quebrou a promessa e descobriu o segredo de sua esposa. No entanto, ambos mantiveram-se casados. Apenas quando, enfurecido, Raymond ofendeu a esposa chamando-a de serpente perante a corte, Melusina transformou-se em um dragão, deu ao marido dois anéis mágicos e partiu para sempre.
Em outras versões, Melusina foge quando é flagrada pelo marido durante o banho. Ainda, Melusina é filha de um demônio com um ser humano e a ela também é atribuída a imagem da "sereia" que rouba o filho de Lancelot, nas lendas arturianas.


O sentido moral das lendas

Lendas e parábolas ajudam a construir a personalidade de um povo, de um período histórico e de uma cultura. Também ajuda a compreender cada um destes elementos. As inevitáveis transfigurações destas lendas durante o tempo, por um lado, enriquecem o imaginário e acrescentam variações e significados importantes; por outro, podem deturpar o seu sentido original.
De qualquer forma, é a solidificação do sentido moral de cada conto e de cada personagem que, adequadamente interpretados, ajudam a compreender a sociedade e a cultura contemporânea e fazem lembrar que, em algum tempo, tudo o que hoje é realidade, poderá se tornar uma lenda.

terça-feira, 11 de janeiro de 2011

O que caracteriza a Wicca?

- O amor à Terra e à Natureza
- Respeito a tudo e a todos
- Os wiccanos tratam o planeta como um ser vivo, com respeito e dignidade, protegendo e amando a todos.
- Na Wicca, tudo é um trabalho em equipe... 

Wicca...

O que é Wicca?
        É uma vertente da religião da Deusa, voltada à natureza, à simplicidade...Um retorno à magia e encantamentos...

Pensando...

" Só há duas maneiras de viver a vida: a primeira é vivê-la como se os milagres não existissem. A segunda é vivê-la como se tudo fosse um milagre."
                                                          Albert Einstein

segunda-feira, 3 de janeiro de 2011

Por que tiraste minha alma?

Que som é esse?
Um uivo curto
Parece um lamento
Um choro de criança
Acho que são as almas
Das crianças mortas inocentes
Morrem em nossas batalhas
Dos abortos
Tiraste meu maior sonho
Tirou minhas esperanças
O primeiro rebento iluminado
Sou apenas uma criança 
Que a lágrima está decepada
No ventre dilacerado
De uma serpente inescrupulosa
Dei-te as jóias da alma
E tiraste meu mundo
                               (Frank Jones Boddenberg,2001)