Um livro que relata a Segunda Guerra Mundial, pelo menos por parte dos pracinhas brasileiros que estavam na batalha. O livro foi escrito por Ferdinando Piske, natural de Timbó em Santa Catarina, ingressou no Exército em fevereiro de 1942, foram 25 anos de serviços prestados. Inclusive 1 ano nos campos de batalha na Itália, como integrante da Força Expedicionária Brasileira (FEB).
Quando li o livro me imaginei assistindo todos os fatos de perto, você realmente se imagina num campo de batalha, nas brincadeiras entre amigos, vendo a roupa suja, e o desespero de ajudar um companheiro ferido, você sente a alegria quando tudo acaba.
Trechos do livro:
"De fato para nós não tinha a menor importância de saber o dia. Nem da semana. Nem do mês. Ali não existia isso de expediente e dia de folga. a gente tinha de caminhar atrás do inimigo, sofrer, cansar-se e, eventualmente, morrer. Que coisa mais estúpida, a guerra!
Enquanto a turma lá no Rio se esbaldava no carnaval, embora a época já tivesse passado, nosso carnaval consistia em caçar e matar gente. Ao invés de carros alegóricos, tanques e canhões. ao invés das baterias das escolas de samba, os paus de fogo. Ao invés do cansaço de três dias de farra contínua, o cansaço das caminhadas e das tensões extremas. Ao invés da alegria, o quase desespero..."
Força Expedicionária Brasileira na Itália
..."Mas ao invés de mais perto, eu, na minha angústia, vi as casas cada vez mais longe de nós. Eu arquejava desesperadamente, buscando um pouco de ar para respirar. O corpo estava completamente entorpecido por esse esforço sobre-humano. A gente corre, melhor dizendo anda para frente apenas pelo supremo anseio da alma de permanecer vivo! De fugir daquela desesperada situação."
"Quando ocorrem os combates, o espetáculo é dantesco, na acepção do termo. Aos raios e relâmpagos, somam-se os Very- Lights e as balas traçantes das armas automáticas. Ao troar dos trovões, os disparos das armas e dos morteiros. O cenário é uma coisa louca, indescritível!"
"Isso parecerá asqueroso, medonho, inconcebível! E concordo plenamente com tal juízo. Porque sóquem esteve lá, quem sofreu as medonhas agruras e sacrifícios dessa guerra, pode compreender até que ponto a gente se animaliza! Matar era coisa corriqueira, perfeitamente normal para qualquer combatente. Eram "eles" ou "nós"...
Força Expedicionária Brasileira em Combate
"Ninguém os molestou. Ali perto vi soldados brasileiros ajudando a colocar mortos e feridos alemães nas padiolas. Os alemães agradeciam, comovidos, com tapinhas nas costas, e desciam o morro com sua triste carga."
Soldados alemães presos pela FEB
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