terça-feira, 1 de fevereiro de 2011

Jean de La Fontaine...

        Jean de La Fontaine, nasceu em 8 de julho de 1621, em Château- Thierry, na região de Champagne,na França. Era o filho mais velho de Charles de La Fontaine, encarregado local das águas e florestas, e de Françoise Pidoux, ele amava a natureza. Observando os animais, aprendeu os hábitos e costumes desses "multípedes filósofos".
        Era muito inteligente e talentoso. Seus estudos básicos desenvolveu em sua cidade natal, e logo a seguir foi para o Seminário Saint-Magloire. Seus pais acreditavam que ele seria sacerdote, mas a vida religiosa não durou muito tempo. Depois de apenas alguns meses como noviço, largou a vida religiosa e passou a estudar leis. Tentou dedicar-se a advocacia, mas foi na poesia que encontrou sua vocação. Casou-se com Marie Héricat, com quem teve um filho, e dela separou-se após alguns anos.
        Entre 1686 e 1694, La Fontaine publicou sua primeira coleção de fábulas, totalizando doze livros de contos escritos em verso. Os contos de La Fontaine contribuíam mais para sua glória e fama do que para seus bolsos, ele possuía proteção da nobreza e assim pôde dedicar-se as letras.
        Foi para Paris em 1658 e foi apresentado a Nicolas Fouquet, ministro de Luís XIV; através do qual obteve um emprego para produção de pequenas obras poéticas; o que lhe permitiu desfrutar da suntuosa vida do Palácio de Vaux até 1661, quando seu protetor foi preso e perdeu o cargo.
        Depois que Fouquet foi preso, La Fontaine foi privado de sua renda anual e não sabia mais como se manter. então, recebeu a proteção de Marguerite de Lorena, duquesa de Órleans, e instalou-se no Palácio de Luxemburgo como cavalheiro de serviço, de 1664 a 1672.
        Manteve contato com Moliere, Jean Racine e tornou-se amigo íntimo de madame Sévigné, visconde de Turenne(Henri de La Tour d' Auvergne-Bouillon) e príncipe de Condé( Louis II de Bourbon-Condé).
        Quando Marguerite de Lorena faleceu, em 1673, o poeta viu-se com uma imensa dívida. Porém, teve sorte ao conhecer Madame de La Sabliere que lhe deu amparo durante vinte anos(1673-1693).
        Quando a Marquesa de La Sabliere faleceu, em 1693, La Fontaine ficou sem lar, andando a esmo encontrou Monsieur d'Hervart, alto funcionário do parlamento em Paris, este lógicamente lhe cedeu um lugar em sua casa.
        La Fontaine teve a honra de presentear Luis XIV com seu livro, mas na hora da entrega, percebeu que havia esquecido o livro, mas recebeu presentes e ouro do Rei mesmo assim.
        O poeta foi eleito membro da academia Francesa em 1684. Faleceu com quase 74 anos, em 13 de abril de 1695. Foi enterrado em Paris.

A seguir versões traduzidas de algumas das fábulas de La Fontaine que além de encantarem crianças, têm toda uma moral, um ensinamento para a vida de pessoas com qualquer idade:  


A CIGARRA E A FORMIGA


          Durante o verão a cigarra não fez outra coisa senão cantar feliz por encontrar tanto alimento à sua disposição. Para qualquer lado que olhasse ela avistava uma quantidade incontável de folhas verdes e tenras com as quais podia saciar o apetite quando bem entendesse, e por isso ela cantava sem parar, demonstrando a alegria que sentia por viver naquele paraíso. 

          Mas o tempo passou, o clima mudou, e quando o inverno chegou, a cantora imprevidente se viu em estado de extrema penúria, sem ter nada para comer. Por isso ela se viu forçada a bater na porta da casa da formiga, que morava perto dela, pedindo que esta lhe emprestasse comida suficiente para que pudesse atravessar o período de estio sem correr o risco de morrer de fome, e prometendo que pagaria esse empréstimo com juros, tão logo chegassem novamente à estação da fartura. Mas a formiga perguntou: 

          - O que foi que fizeste durante todo o verão? 

          - Bem... eu cantava noite e dia, a qualquer hora - respondeu a cigarra. 

          - Oh! Mas que beleza! - replicou a formiga. - Pois se antes cantavas, agora poderás dançar o quanto quiseres! 

Moral da história: Os que não pensam no dia de amanhã, pagam sempre um alto preço por sua imprevidência. 
 
A RAPOSA E AS UVAS

 Morta de fome, uma raposa foi até um vinhedo sabendo que ia encontrar muita uva. A safra tinha sido excelente. Ao ver a parreira carregada de cachos enormes, a raposa lambeu os beiços. Só que sua alegria durou pouco: por mais que tentasse, não conseguia alcançar as uvas. Por fim, cansada de tantos esforços inúteis, resolveu ir embora, dizendo:
- Por mim, quem quiser essas uvas pode levar. Estão verdes, estão azedas, não me servem. Se alguém me desse essas uvas eu não comeria.
Moral: Desprezar o que não se consegue conquistar é fácil.


O LOBO E  O CORDEIRO

Um cordeiro estava bebendo água num riacho. O terreno era inclinado e por isso havia uma correnteza forte. Quando ele levantou a cabeça, avistou um lobo, também bebendo da água.
- Como é que você tem a coragem de sujar a água que eu bebo - disse o lobo, que estava alguns dias sem comer e procurava algum animal apetitoso para matar a fome.
- Senhor - respondeu o cordeiro - não precisa ficar com raiva porque eu não estou sujando nada. Bebo aqui, uns vinte passos mais abaixo, é impossível acontecer o que o senhor está falando.
- Você agita a água - continuou o lobo ameaçador - e sei que você andou falando mal de mim no ano passado.
- Não pode - respondeu o cordeiro - no ano passado eu ainda não tinha nascido.O lobo pensou um pouco e disse:
- se não foi você foi seu irmão, o que dá no mesmo.
- Eu não tenho irmão - disse o cordeiro - sou filho único.
- Alguém que você conhece, algum outro cordeiro, um pastor ou um dos cães que cuidam do rebanho, e é preciso que eu me vingue.Então ali, dentro do riacho, no fundo da floresta, o lobo saltou sobre o cordeiro,a garrou-o com os dentes e o levou para comer num lugar mais sossegado.
Moral: A razão do mais forte é sempre a melhor
   

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